sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

O Verdadeiro Espírito de Natal

O VERDADEIRO ESPÍRITO DE NATAL

Por Márcio Bontempo

Todos os anos, presenciamos as frenéticas atividades que envolvem a época de natal, com as suas características sempre iguais, incluindo um tipo de “espírito de natal” que, diga-se de passagem, é mais um “clima” do que realmente “espírito”, na verdadeira acepção da palavra. Não é época de paz, mas de muita ansiedade, agitação. E o que pouca gente sabe, é que o que se chama de “Natal”, na sua verdadeira origem, nada tem a ver com o que experienciamos neste período. O natal original, em que se comemorava o verdadeiro nascimento de Jesus, estava ligado a um período de oração, jejum e introspecção, o que contrasta fortemente com o que acontece nos nossos dias. A seguir, apresentamos as principais diferenças entre os dois períodos:

1 – Documentos provam que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro, mas por volta de março ou abril. O dia 25 de dezembro equivale à comemoração exotérica romana do natalis solis invictus, ou “nascimento do sol invencível”, que ocorria durante o solstício do inverno para o hemisfério norte (período em que o sol, está mais longe da Terra). A ideia é que sendo o ultimo dia de “vida” do sol, este renascia imediatamente para um novo ciclo. Como era uma festa também fortemente popular, embora pagã, a Igreja Católica decidiu fazer “coincidir” a data do nascimento de Jesus com esse dia, para angariar fieis. Portanto comemora-se o Natal numa data errada. Outro fato é que Jesus nunca determinou que se comemorasse coisa alguma. Seu exemplo de vida, de fato, é que deveria ser imitado por todos.

2 – Para todos os cristãos, é um dia, ou período, em que se cometem exageros e excessos, principalmente gastronômicos e alcoólicos, ou seja, completamente diferente da “oração e jejum”, que era tido como um meio de se agradar o Divino.

Ainda sobre a alimentação, em geral nas mesas e nas ceias, há a presença  de um ou vários animais mortos, porém devidamente temperados.

Quer dizer, comemora-se com um animal morto a data máxima da vida. E isso para somente para satisfazer o paladar, contrastando com o jejum exigido nos ritos cristãos originais. São bilhões de perus, porcos, patos, carneiros etc., abatidos no mundo todo, para deleite e banquetes pantagruélicos. Nada a ver com a simplicidade que pregava Cristo, que, inclusive, era vegetariano e abstêmio (ver documentos dos Essênios do Mar Morto), ou talvez só comesse peixe e um pouco do habitual vinho.

4 – Ainda sobre alimentação, nesta época é comum o consumo de alimentos inadequados e impróprios, tanto para o clima brasileiro quanto para o próprio organismo. São frutas oleaginosas próprias para climas frios e países gelados, além dos doces em demasia (rabanadas!) e gordura animal (porco, presunto, bacon...) e proteínas em quantidades absurdas, álcool... Quem paga é o organismo e a saúde, com fermentações, gases, ganho de peso, agressões ao fígado, irritação gástrica, prisão de ventre... depois, elevação da pressão arterial, deposição de placas de colesterol... um inferno para o corpo e para a alma. A ceia autêntica e brasileira dever contar com produtos nossos, como abacaxi, manga, melancia, banana etc... numa composição muito simples e saudável, para harmonizar com o espírito de interiorização e paz.

5 – O espírito de “fraternidade” também é falso, pois as mesas fartas, com excessos, a fixação em elementos materiais (presentes...) e o foco no núcleo familiar, são reflexo de fatores mais ligados ao egoísmo, à distorção dos ensinamentos de Cristo, que pregava o desapego material e o amor ao próximo.

6 – E Papai Noel nada tem a ver com Jesus, pois tem origem na tradição nórdica, totalmente pagã. A ideia de um bom velhinho que dá presentes é totalmente oposta ao espírito cristão e, inclusive, cria ansiedades e expectativas falsas, focando a atenção das crianças numa lenda corrompida e numa proposta inverossímil, e porque não dizer, esquizofrênica.

Conclusão

O verdadeiro espírito do autêntico Natal é o de desapego material, desapego ao ego individual e aos sentidos. É um momento de fraternidade, comunhão entre todos os seres e de exercício do amor universal. Momento de simplicidade, de parcimônia, de alimentação simples e consciente, de saúde e de equilíbrio. Bem, isto é o que precisamos, não somente na época de Natal, mas sempre! Portanto, a nossa proposta é que passemos o ano inteiro desejando a todos um feliz natal!

Feliz Natal todos os dias para você!